
esta madrugada é a primeira do mundo. nunca esta cor rosa amarelecendo para branco quente pousou assim na face com que a casaria de oeste encara com olhos vidrados o silêncio que vem da luz crescente. nunca houve esta hora, nem esta luz, nem este meu ser. amanhã, o que for será outra coisa, e o que eu vir será visto por olhos recompostos, cheios de uma nova visão. altos montes da cidade! grandes arquiteturas que as encostas íngremes seguram e engrandecem, resvalamentos de edifícios diversamente amontoados, que a luz tece de sombras e queimações - sois hoje, sois eu, porque vos vejo, sois o que [serei?] amanhã, e amo-vos da amurada como um navio que passa por outro navio e há saudades desconhecidas na passagem." (f. pessoa)
Nenhum comentário:
Postar um comentário