domingo, abril 04, 2010

Ode a Curitiba

por trabalho mas creio que antes por prazer pessoal, minha vida sempre foi, em boa medida, feita de viagens. e assim como minha relação com a literatura - onde a releitura é uma realidade - também quando o tema é ir e vir, as re-visitas são constantes.
 em geral, deixo para "re-visitar" lugares que por alguma razão peculiar me conquistaram. dentre eles, a Alemanha está certamente no topo da lista: há muitos anos é para lá que volto mais frequentemente, atraída pela vivacidade de seus atrativos culturais, harmonia de suas formas, identificação com seus valores mais básicos, e pelo profundo encantamento que a música de seus compositores me provoca.
do lado de cá do atlântico, com prazer tenho Curitiba no topo da lista de re-visitas. são tantos pontos dignos de nota para uma cidade já tão cheia de predicados, que difícil não é explicar o porquê das revisitas, mas fazê-lo sem necessariamente repetir o coro de seus fãs de carteirinha. Porque as exposições temporárias do Museu Oscar Niemeyer são sempre interessantes e carregadas de diálogos relevantes entre as culturas que nos influenciam como brasileiros (além do museu em si ser um presente para os sentidos). Porque para além da beleza plástica da Ópera de Arame, fica a satisfação de saber que é possível transformar o que já foi um lixão mal cuidado num dos mais belos cartões postais da cidade numa ode ao meio ambiente! Porque é delicioso reconhecer que o já encantador Jardim Botânico é capaz de surpreender com a ideia do "Jardim dos Sentidos" não apenas provando que inclusão social é realizável mas pode ser feita de forma digna e compartilhada por todos!
Porque é impossível não ceder ao prazer da gula nas vinícolas e restaurantes do italianíssimo bairro Santa Felicidade! Caminhar pelo Passeio Público, provar um barreado típico nas cidades litorâneas acessíveis pela Graciosa, agradecer pelo milagre da vida do finzinho do peer de Antonina. Conferir o artesanato infindável no Largo da Ordem, ter todas as religiões convivendo pacificamente nos dois quarteirões mais ecumênicos do mundo (começando pela Católica, terminando na Sinagoga e tendo uma Mesquita a meio caminho de ambas). Um pouco de tudo o que me parece ser importante (revisitar) na vida.

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