não sei dizer ao certo como foi que, com um enorme gosto pela literatura desde tempos imemoriáveis, vim a me formar engenheira de computação. creio que seja mesmo uma pessoa feliz, pois, pudesse eu voltar no tempo, uma vez mais entregaria minha inteligência e vitalidade à engenharia, algo que sempre admirei. é bem verdade que atuando em processos, da engenharia mesmo trago não muito mais do que o entorno de sua essência: a capacidade de raciocinar, estabelecer relações, planejar, executar e controlar... :)
e me esforço em igual medida para não me desprender jamais da poesia, da leitura... e da escrita. sou daquelas pessoas que têm apetite de informação multidisciplinar, mas não menos voraz se revela meu interesse por cultura. não é para menos o fato de eu ser absolutamente incapaz de ler um livro por vez... em geral, leio muito e vários simultaneamente, o que para mim é perfeitamente normal. curioso.
esses dias meu interesse anda focado no estudo sistemático da estrutura narrativa, especialmente para textos jornalísticos, entrevistas e escrita literária. como determinar a linha tênue que divide o que é e o que não é um texto com valor literário? pretendo descobrir se não uma resposta razoável, no mínimo uma porção de outras perguntas que me ajudem a percorrer meu próprio caminho nesta investigação.
estou lendo "o estranho caso do cachorro morto", um romance que apesar do título sui generis tem um argumento narrativo absolutamente envolvente. tomando emprestado o critério que o protagonista, o menino christopher, usa para determinar se um dia será bom, muito bom, ruim ou muito ruim, com uma pequena modificação crio o meu próprio: dia bom passa a ser mais do que um dia em que valeu a pena levantar da cama porque algo de interessante foi realizado. dia bom merece uma tentativa de texto literário, um conto, uma poesia, um texto qualquer - ainda que seja para o concurso literário mensal da revista piauí... :)
fica por aqui então minha tentativa de feito literário de hoje: o texto que escrevi para encaixar a frase "Ele implicava com leiloeiros; apreciava mais os falsários". é mais do que certo que eu como aprendiz de escritora devo ser uma ótima leitora... mas fecho este dia feliz de ter entregue ao dia "muito bom" um pequeno exemplar de algo pelo qual vale a pena levantar da minha cama. será? :)
nota: como não sei se a revista mantém os textos para consulta depois do encerramento do concurso, uma cópia alternativa do mesmo será mantida aqui.
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2 comentários:
às vezes vivo no mesmo impasse de conciliar a paixão pelo caos e o gosto do regrado, técnico. talvez para aprender os limites e depois subverter tudo. :)
pois se é este o caso, bem-vindo ao meu mundo! :)
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