primeiro foi a capa do romance
neve. aquela foto me lembrou imediatamente dos olhos da afegã refugiada na capa da edição especial
the photographs, da national geographic. passei uns dias pensando se haveria alguma conexão sugestionada pela semelhança das fotos.
* * *
depois veio a curiosidade surgida em minhas andanças pelas livrarias da cidade, quando me deparei com alguns vários outros romances do mesmo autor,
orhan pamuk. num deles, matei a charada:
orhan é o turco ganhador do Nobel de Literatura de 2006! mas a dúvida persistiu... será que
orhan escreve romances com a velocidade de um
grisham? ou do contrário, o que justificaria o mar de romances disponíveis para venda com preços de lançamento?
***

dia desses, passeando pela livraria Saraiva, lá estava um outro chamado - um precioso livrinho, composto de 3 discursos escritos por
orhan para 3 ocasiões mais do que especiais: um para entrega do prêmio Nobel de literatura (
a maleta do meu pai, 2007); um para a entrega do prêmio friendenpreis (
em kars e frankfurt, 2005); um para a conferência puterbaugh sobre literatura mundial (
o autor implícito). edição belíssima da companhia das letras, desta vez sentei para espiar o conteúdo. amei o discurso da maleta. resultado: comprei no ato e passei as próximas horas devorando os outros 2! e então descobri que os "lançamentos" não são exatamente lançamentos do ponto de vista das publicações do autor, mas da versão em língua portuguesa.
***
Me deliciei com o autor escrevendo que "para mim, literatura é remédio." e que "todos os dias são difíceis. os dias são difíceis quando você não escreve. são difíceis quando não consegue escrever nada. o segredo é encontrar esperança suficiente para chegar ao fim do dia e, se o livro ou trecho que está lendo for bom, encontrar nele alguma alegria, e felicidade. ainda que só por um dia." É isso. Também eu preciso escrever ou estar perdida num livro. Sem literatura não é possível sonhar.
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